24.7.08

REFLEXÃO TEOLÓGICA SOBRE O "PECADO".


Hoje não vou às prateleiras procurar as várias definições dos textos originais. Creio que quem traduziu a Bíblia, fez um excelente trabalho, adequando palavras devidas para construir os sentidos do texto.


Todos conhecemos a "História da queda do homem". Começar a ler o Gênesis e ter paciência no capítulo 3 é raro, pois o texto ficou batido, muito citado, e até com várias interpretações. Mas agora lendo-o, comecei a pontuar algumas definições simples, que são úteis para a fé de todo aquele que se preocupa com o que preocupa a Deus!


"Viu Deus tudo quanto fizera e era tudo muito bom" (Gn 1:31). Não havia nenhuma imperfeição. Nem arrependimento por parte dele se a pena de determinada ave deveria estar em outra, ou se a altura de uma palmeira dali 5 mil anos tornar-se-ia inconveniente. Tudo estava ótimo! Inclusive a sagacidade que havia depositado na serpente.


A Bíblia não foi escrita por pessoas duvidosas. Ela simplesmete afirma algo e ponto! Uma destas afirmações, é que neste animal, a sagacidade foi usada pelo Inimigo de Deus. E, como tudo no plano divino se desenvolve em relacionamentos, esta indesejada companhia aproximou-se de Eva e perguntou: "É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?" (Gn 3:1)


Como pode, alguém depois de tocar Chopin, largar a carreira para gravar Funk Carioca?

Como pôde Eva, sendo a única mulher criada pelas mãos de Deus, deixar de ouví-lo um instante?


"Respondeu-lhe a mulher" (Gn 3:2). Quando dependemos de uma única voz, e exercitamos constantemente a inclinação do coração à obediência, não precisamos dialogar com uma criatura que temos certeza que não é o Criador.


Precisava Eva tecer um diálogo? O problema do Pecado, é que dependemos de um Relacionamento. Quando sujeitamos o tempo e a vida a uma resposta para uma pergunta desnecessária, damos entender ao Inimigo de Deus que há espaço para incitar insatisfação contra Deus.


"É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal" (Gn 3:4-5). O pecado é aquilo que nos faz perder tempo de relacionamento com Deus, conhecendo-O na caminhada da vida, e nos reduz a um "constante falso conhecimento" de Deus. Nenhum "falso conhecimento de Deus" se apresenta como incertezas, ele chega audível, em bom tom e com promessas. Não é qualquer prêmio. Mas aquele que nos faz ter presunção de não precisar de um Relacionamento com Deus.


A partir daí, comunhão com Deus é algo alternativo, há uma suspensão de que "mais alguém sabe algo sobre Deus, que Ele por si mesmo não me contou". Esta tentação de desvantagem é que nos faz trocar Relacionamento com Deus, que é Espírito, com deuses visíveis, filosofias, igrejas, pastores, e alimentar o mundo com amuletos.


A importância de um relacionamento quebrado para o Inimigo de Deus é tão forte, que Eva ao comer do fruto lembrou-se de Adão e logo se pôs a levá-lo o novo paladar (Gn 3:6), e ele, decididamente saboreou o que lhe extirpou a beleza de si e da vida. A nudez, que lhes era bela e natural, tornou-se vergonhosa. Decidiram coser folhas de figueira e fizeram pequenas vestimentas para si (Gn 3:7).


A beleza que precisamos ver em nós e nos falta, só é possível num relacionamento simples com Deus. Sem religiosidade. Apenas obedecendo-O para a Vida, e lhe permitindo entrada no Jardim que Ele mesmo nos deu para viver, que é a própria Vida. Do contrário, a voz que sempre fora amiga, nas manhãs, para revelar as surpresas da mais bela criação, torna-se um grito de verdugo na consciência.


O problema do Pecado é que ele quebra relacionamentos. O problema do homem pecador é que troca jardins por cavernas. "Esconderam-se da presença do Senhor Deus" (Gn 3:8).


Se a resposta do homem ao "Onde estás?" fosse outra... Mas seu grito foi do esconderijo e não da permissão diante da Graça de ir ao encontro do seu Deus. As respostas que seguem são projeções de culpa: "foi a mulher que me deu" e "foi a serpente que me enganou". Culpa é algo que se dissermos que não temos diante do Perdão, já revela que toda a vida está em frangalhos.


Para um Inimigo intruso, a resposta de Deus é interventiva: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gn 3:15).


O Pecado torna um relacionamento cordial com Deus em inimizade, mas Deus tem uma solução interventiva que nos põe em inimizade contra o pecado também! Todo o texto se debruça em "o seu descendente". Descendentes de Eva, todos somos, mas "o descendente", que marcou a história da humanidade, e mesmo com sua ferida golpeou o Inimigo de Deus, foi Jesus!


A solução para uma vida no Pecado, é conhecer a Deus e se entregar a Ele todos os dias. Por mais que você se encontre num Jardim, saiba: "Nem só de pão viverá o homem, mas da Palavra que sai da boca de Deus" (Mt 4:4).


seu amigo,


Pr. David

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