14.2.08

O inexplicável em Jesus

O inexplicável em Jesus
Um dia quando viajava com minha esposa, pela Rodovia Dom Pedro I, comecei a ver pedras redondas pela encosta dos montes, tons de verde que atraía minha visão, e senti o perfume daquela mistura de pinheiros, eucalíptos, ipês e mato, muito mato. E disse involuntariamente:
- Como eu preciso disto!
Por que eu precisava daquilo? Por que os montes verdes pertos e os mais distantes azuis me faziam bem?
Eu não sei. Mas eu precisava ser atraído por aquilo para que dentro de mim sentisse tudo inflar. O ar e a estrada foram outros.
Como explicar um homem de pouco mais de trinta anos, sair pela vizinhança, e de repente resolver dar uma volta na praia de sua cidade, e após um tempo observando os pescadores dizer:
- Sigam-me, vou torná-los pescadores de pessoas.
Eu ali perguntaria:
- O senhor tem alguma empresa? Vamos viajar durante quanto tempo? Quais são seus feitos? Quanto vou ganhar?
Eles não, eram muito mais sábios que eu - "Deixando tudo o seguiram".
Somente duas classes de pessoas convidam outros assim: Um louco, ou um revolucionário. Mas para estes dois tipos deve haver um conhecimento prévio tanto da loucura como da coragem revolucionária.
Ele não. Nunca fora conhecido, veio a ser depois. Tudo o que sabiam é que era "um carpinteiro".
Desde quando um carpinteiro tem persuasão para que outro profissional largue tudo por ele? Pode até ter. Mas vão inquirí-lo:
- Qual é seu plano para que eu te siga? O que ganharei?
É inexplicável. Mas Ele, os viu, os convidou e eles aceitaram aquele convite que rendeu uma amizade de três anos. E ao final, numa pequena sala, eles choravam por pensar que a amizade tinha terminado e nunca mais O veriam.
Aceito seguir Jesus. Não porque Ele me dá razões que suprem minhas expectativas, mas simplesmente porque tornou-se inexplicável. Eu vou até Ele porque de alguma forma É o que outro não pode ser, diz aquilo que me promove o bem, e todos os outros motivos se dissolvem, porque no amanhã não sei quem estará comigo, mas surge silenciosamente uma certeza mesclada com ansiedade, que Ele estará lá!
Agora voltarei a ler, e ter comunhão com Ele no capítulo cinco de Mateus...
seu amigo,
David Jr. (Obrigado pelas orações, hoje não tive nenhuma dor!)

13.2.08

Deus sabe que sofremos

Deus sabe que sofremos!

Estes dias tornaram-se especiais. Estou aprendendo o valor da vida que busca a Deus com a intensidade da entrega, a identificar o que realmente tem valor e o que é trivial e por muito tempo pensei que fosse reluzente.
A única coisa que existe para alento durante o sofrer são as nossas "convicções". Busque-as, mas não em templos, literatura, religiosidade e outras coisas mais. Entre para dentro de si mesmo que o teu silêncio seja involuntário. Somente aqueles que aceitam o sofrimento, conseguem entrar dentro de si, e ali também deverá aceitar quanto barulho ainda existe na alma, quantas emoções desnecessárias devem ser desfeitas. Quanta cor se desbotou, quão insípido tornou-se o gosto que um dia veio como pela primeira vez.
Aceitar um período de sofrimento não quer dizer que você está "jogando a toalha", sendo pessimista. Muitas vezes não aceitamos situações, não é porque somos "fortes e corajosos", mas sim porque não cremos que Deus vive aqui neste momento, sente o cheiro e vê o crepúsculo, e também anseia pela virada do dia.
É na aceitação que obtemos o silêncio necessário para crescer na caminhada com Deus. Para que Deus seja pra dentro de nós, o nosso Deus, a alma deve se aquietar. "Aquietai-vos e sabei que Eu Sou Deus" (Sl 46:10).
É no sofrimento que nos tornamos coerentes. Paramos de cantar a música que fala sobre Deus, e passamos a crescer na confiança. Paramos de dizer com os lábios, para viver de coração. É nele que deixamos de ser meninos, e buscamos a idade adulta da vida.
Durante o sofrimento você ou crê que Deus é quem Ele é, ou então toda fé, pensamento, paixão, e ritual foi simplesmente "mais um céu pintado no teto da capela", que olhando é bonito, mas não faz sentido querer.
O querer saudável para a vida deve ser na convicção de conhecer a Deus, no amor, e no anseio de exercer misericórida.
Este querer habita o coração de qualquer um, é gerado por Deus. Porém, a aceitação dele é difícil, porque surgimos e crescemos num mundo onde a mania de sentir-se bem é viciosa.
Certamente Deus sabe que sofremos, o importante é aceitar que na dor saímos do ponto de partida, damos a volta, e reconhecemos que tudo antes não fora partida para conhecê-Lo. Mas agora tudo parece ser...
Nele, que conhece nossa estrutura e sabe que somos pó!
David Junior