Como lidar com tanta tristeza?

Como lidar com tanta tristeza?
O que o Salmo 42 pode fazer num “Coração Ronaldo”.

“Eu estava muito triste, por isto procurei por uma prostituta, mas me enganei...”.

Estas palavras não são um fenômeno, porque elas acontecem sempre. São justificativas diárias: “Aconteceu comigo pelo meu estado interior”. Mas é difícil completar “... Porém, ainda não sei viver a minha vida interior”, ou “Não aceito as exigências da tristeza, procuro fugir por outros meios”.

O que um policial pergunta não se compara ao que a vida vazia grita: “Se eu sou quem sou, por que estou triste? Se me aplaudem em pé, por que vivo prostrado? Se quando me vêem, invejam do que tenho, porque não consigo comprar o que alguns são?”.

G. K. Chesterton disse: “Todo homem que bate à porta de um bordel está procurando por Deus”. Se soltarmos um animal longe do seu curral, ele encontrará o caminho de volta naturalmente. “Piracema” é o nome do espetáculo dos peixes na desova, que voltam ao ponto de origem para continuar o ciclo da espécie. As pequenas andorinhas, que mal preenchem a mão, migram-se, vindo e voltando do Canadá até Campinas. Porém, o homem não se entrega ao fluxo natural da alma que vagueia pelos becos procurando por Deus.

A saída para uma alma triste é aceitar que está triste, e triste ela pode ficar porque é alma! E na aceitação, volta-se para o Deus que não é “desalmado”, que não diz outra coisa senão: “Você é amado. Eu te aceito assim!”.

Podemos nos entristecer, pelo tudo ou pelo nada. Ou por alguma “coisa indefinida” na falta de uma resposta. Grande ou pequena. Por quê? Porque temos uma “alma”. A tristeza diz que deseja uma nova caminhada, uma viagem, um relacionamento entregue onde há permuta de amor. Do “amor meu” para o “Todo - Amor”; é mais do “Todo - Amor” para o “pequeno amor dependente”.

A tristeza só pode ser tratada com a nudez do eu. Pois o desencanto da vida, mora junto de uma grande ilusão, e isto só se trata com uma questão: “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro em mim?”.

A resposta que cura acontece em quem assume que sua vida deve ser um caminho de volta pra Deus. Ela vem fervilhando, pulsa como um magma direto do coração, e explode na consciência: “Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu”.

A confissão de Santo Agostinho pode ser a referência para uma alma atolada em tristeza: “Fizeste-nos para ti, e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em ti”.

Que você tenha um ótimo dia, de entrega de alma a Deus!

David Junior