28.9.08

SURJA EM MINHA ESQUINA!


Toma-me. Pois já não sei mais me entregar
Do contrário, eu já teria feito.
Encontra-me. Porque há muito me perdi bem dentro de mim.
E, cura-me. Não necessito de nada mais além...

Me calei. Pois não direi o que não tenho
Meu silêncio é alto, nele encontro muitos de mim
Porém, já estou cansado de todos eles...
Apareça a mim! Surja na minha esquina, para que minha rua não seja longa demais esta noite.

Creio em ti. Já não sei deixar de aceitá-lo.
Tu me criaste para ti, e eu vou achá-lo, custe isto todas as angústias.
Insistente eu sou, é meu jeito de permanecer vivo.
Sopra em minhas narinas do teu fôlego, porque cansei.

Vivo o meu hoje. Extenso, profundo, e ignorante.
Minha vida é uma pergunta. Não quero as respostas prontas...
Quando não vi o azul, me encolhi na sombra mais próxima
Sombra de morte é meu eu sem teu sol.

Consigo ver o início da rua, e mais ali, onde ela termina.
Quantas portas eu bati? Quando tapei o sol em minha fronte? Qual banco me deu descanso?
Surja na próxima esquina, e surpreenda-me de modo que eu não veja onde ela termina...
Saudoso é o início, angustiante é o meio.

Te peço, não me aceites como me vejo
Como me vês? Ah, faz-me sentir...
Sou todo ambiguidade, por isto quero ser achado
Não procuro outra rua, apenas imploro para que surja em minha esquina.

₢ Direitos reservados ao autor. David de Mello Junior.

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