5.1.09

Graça na Literatura


O Senhor dos Anéis

Ao ler "O Senhor dos Anéis" encontrei um parágrafo que me deixou perplexo.
Bilbo - o hobbit aventureiro - decidiu dar uma grande festa para todos no Condado em comemoração aos "onzenta e um anos" de vida.

Levou muito tempo na organização do evento. Ninguém sabia a fonte de onde tirava tantos recursos. Alguns diziam que ele escondeu tesouros de suas aventuras nas colinas do Condado, para usá-los especialmente naquela ocasião. A situação da festa era tão envolvente que o narrador diz:

"As compras e provisões caíram quase a zero no distrito nas semanas seguintes; mas como as provisões de Bilbo exauriram os estoques das lojas, adegas e armazéns num raio de várias milhas, isto não teve tanta importância".

Bilbo não se aguentava! Ele tinha que transbordar sua alegria. O que fazer para que os outros compartilhassem desta alegria? Uma festa! Não mais uma, mas agora seria "A Festa".

Os hobbits chegaram, dançaram, se deliciaram. Enquanto a boca salivava os sabores, não havia preocupação com o "lá fora". Pois não existe "lá fora" quando há delícias no salão...
Ele decidiu repartir o que todos compravam nos armazéns, não em porções, mas em festa!

Jesus disse que o Reino dos céus é semelhante a um rei que decidiu celebrar o casamento do seu filho, e mandou convidar os conhecidos. Mesmo estes dando escusas ao convite, ele decidiu então chamar a todos, não satisfeito, Jesus enfatizou: "maus e bons" (Mt 22:10).

Em tempos de crise, grandes preocupações, um ano em branco, ocupe-se em conhecer este Deus, que não foi inventado por igrejas, por pastores, padres, filósofos. Jesus veio mostrar que Deus ama ao ponto de levar-nos a viver a alegria que Ele transborda de si. Basta decidir receber! Não depende dos homens. Os homens criam um deus que dá em barganha. O Deus que Cristo nos apresenta, ama "maus e bons" em qualquer tempo e nos convida para junto dele vivermos na segurança da Sua festa!

Desejo a você um bom ano, com vontade de conhecer o Deus da Graça!
David de Mello Junior
Gregório de Matos:
Poeta barroco e construtor de uma oração sincera
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa piedade me despido,
Porque quanto mais tenho delinqüido,
Vós tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto um pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido,
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida, e já cobrada
Gloria tal, e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na Sacra História:
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada
Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória

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